sexta-feira, maio 30, 2008

Materialismo puro

Se estivesse sol poderia comprar as socas amarelas.
E chinelando com elas pelas ruas, poderia trazer mais e mais bocadinhos, encher o céu de azul.
~CC~

quinta-feira, maio 29, 2008

Diários de Resiliência

Na Segunda

Um grupo de mulheres de idades várias, usavam uniforme de uma empresa de catering mas os clientes há muito tinham acabado o almoço e estavam apenas elas, embaladas na penumbra enorme do refeitório. Entrei por uma porta que não devia e deslizei pelo corredor tentando que não me vissem. Não me viram, absorvidas nas palavras que também me absorveram.

- A minha mãe deixou-me aos oito anos numa casa e foi viver para outra.
Silêncio das outras mulheres.
Ela grita:
- Eu só tinha oito anos, oito anos e fiquei a viver ali sem ninguém.
- Para onde foi ela?
- Foi atrás de um homem qualquer, dizia que não podia levar-me.
Os meus passos têm que deslizar dali para fora e não posso ouvir o resto, mas pelo rosto dela transformou aquela dor (que ainda transporta) em força.


Na Quinta...

Aqui posso despir as palavras da moda: terceira idade e idosos e chamar-lhes velhos. Ando agora por muitos lares e centros de dia, oiço-os, recolho os beijos, as tristezas, os sonhos que ainda vão perdurando, a maior parte das vezes os diálogos são semelhantes a este que aqui reproduzo.
Entro e estão doze crianças e doze velhos num terraço ao quase sol deste Maio, sentados em círculo, julgo que preparados para um encontro.

Animadora: cada um de vós apresenta-se e diz uma coisa que gosta muito. E eles vão dizendo um a um, num contraste absoluto com as crianças. Elas (quase) só falam de coisas, eles (quase) só falam de afectos. Elas dizem que gostam da play station, de ver novelas, de comer pipocas, de jogar futebol...eles dizem que gostam muito de estar ali, que querem todos em paz, que gostam muito da animadora, que gostam de passeios, que gostam dos netos... Até que...
- O que eu gostava era de morrer já!
Silêncio total entre os miúdos
Animadora (entre o zangado e o divertido): essa não vale, pense lá noutra...

E ela brincou o resto da tarde, foi mesmo das mais divertidas, esquecida do seu desejo de morte. Não sabemos por quanto tempo o adiou nem quando voltará a gelar os nossos corações com os seus desejos
~CC~

quarta-feira, maio 28, 2008

Lá dentro, crianças africanas...

Nascer do Sol, a caminho das Quirimbas (Cabo Delgado)

Vento forte, palmeiras do Hotel Polana

Maputo, rua da Cidade

Maputo, festa do dia da cidade, Set. 2007


A Isabela escreveu um texto muito belo sobre o dia em que deixou, ainda criança, a África que ela conhecia como a sua pátria, o seu lugar no mundo. Também tive assim a infância cortada ao meio, como se as duas metades nunca mais tivessem possibilidade de se encontrar e nelas residisse uma identidade dividida, uma tristeza sem fim feita de uma saudade imensa que não conseguia explicar a quase ninguém porque eram só dez anos de vida.

Voltei há pouco tempo a África. Deixo para a Isabela e para os comentadores do seu post algumas imagens de Moçambique. Um dia tomaremos um chá, adultos europeus com as nossas crianças africanas lá dentro, à conversa como se qualquer um(a) de nós se pudesse levantar de repente e trazer mangas para todos (as do Cabo Delgado, as melhores de todas). E falaremos sobre identidade combinadas, múltiplas, ricas.

Um abraço por ora.
~CC~

segunda-feira, maio 26, 2008

Ser maior

Richard Zimler
Escritor


Ele costuma dizer que foi na praia que tudo começou, esse lugar onde só os adolescentes começam histórias de amor e onde nunca pensei começar nenhuma, nenhum romantismo nessa imagem de novela, ideal rejeitado. Beijos na praia?! É muito improvável, não fosse o meu mundo estar cheio de coisas improváveis em mim. Mas alguém sabe quando começa exactamente o amor? E quando é que podemos saber com certeza que amamos? Há quem diga que nessa certeza redonda e sumarenta parecida com a paz, mora também o fim do amor. E quando digo isto costumas zangar-te, talvez com razão.


Emprestei-lhe o livro como quem lhe dá uma chave para um mundo, assim é que começou. Mas sem a consciência plena do que queria e do que fazia. No empréstimo do objecto amado, como quem diz que se gostares dele é porque gostas também de mim. Se encontraras Sana, vais encontrar-me também, ela era muito pior do que eu nesse modo de tirar os pés do chão, muito pior na dor da terra perdida, muito pior no ténue fio que a ligava a tudo, muito pior em contenção, em explosão interior. Se compreenderes a dor com que ela está no mundo, muito pequena te parecerá a minha e poderás tolerá-la. Se compreenderes como é que o fogo pode arder lento e por dentro, poderás encontrar-me. E tu gostaste do livro mas não gostaste logo de mim ou gostaste mas ficaste assim sem saber até que o mar te disse, há pessoas que só escutam o mar, é por isso que as suas histórias de amor começam na praia.

Nunca ouvi a voz do Zimler, nunca o vi. Mas talvez o possa fazer amanhã, talvez amanhã. Hesito por saber que depois de o ouvir, nunca mais haverá silêncio na minha leitura. E talvez passe a emprestar livros com voz e as consequências sejam ainda mais imprevisíveis.


O Zimler, leiam-no, é um escritor maior.
~CC~

Tempo (III)


Penso num tempo de abraços sem fim.
~CC~

Sem norte

Cada grito que ecoa vindo da África do Sul é um mundo a desfazer-se de sentido.

Não são só as vidas deles que se perdem na violência daqueles actos, é toda a esperança que depositámos em fazer desta terra um lugar em que isto não poderia ser possível. Perco o norte, mesmo que não consiga chorar.
~CC~

quarta-feira, maio 21, 2008

Aniversário


Toma uma flor JPN. Parabéns.
~CC~

terça-feira, maio 20, 2008

Pobreza(s) III


Junho começa bem. Começa com um não. Há quanto tempo não diz não? Há quanto tempo não volta as costas a alguém? Há quanto tempo não se zanga? Aproveite, o protesto é pequeno mas vale mais esse que nenhum. Deixe a BP, a GALP e a REPSOL sem nada que fazer nos dias 1, 2, e 3 de Junho. Eles precisam de algum descanso, vá lá, digamos que um tempo de reflexão.

Os mails já circulam, o boicote está aí, é um começo!

~CC~

Riqueza(s) III

Avançam lado a lado por um caminho estreito e quase inexistente num terreno baldio onde não há papoilas, só ervas grandes e sem graça. O mp3 está na mão de um deles mas são os dois que ouvem a música, fios pendurados e repartidos baloiçando nos seus passos. São dois rapazes que devem ver o mundo há 14, há 16 anos, não mais. Avançam devagar e não há fim à vista naquele caminho, não se percebe para onde vão. É perfeita a sua cumplicidade.
~CC~

segunda-feira, maio 19, 2008

Pobreza(s) II


Mercado de Pemba, Novembro 2007


Eles desfazem com toda a paciência os pneus velhos para os transformar nestas tiras finas de borracha multi resistente que permitem juntar os toros de madeira uns aos outros, tornando-os inseparáveis. Com estes toros e fitas de borracha são construídas casas e bairros inteiros de uma grande beleza. Estes bairros, de casas de madeira redondas com quintais cheios de mamoeiros, em nada se assemelham aos bairros de chapa de zinco e cimento sem tinta nos arredores de grandes cidades em que muitos africanos vivem, quer na Europa, quer em África. Há saber no modo como se reciclam os materiais e se usa o que a terra dá. Há saber no modo como os bairros se desenham na terra, como deixam espaços comuns, como as mangueiras ficam no meio para a sombra e para os frutos. Há aspectos ainda preocupantes: a água, os esgotos. Mas não sei se a riqueza está em construir casas de tijolo cortando o céu, ainda mais aqui, num lugar em que o céu é todo ele um vermelho fogo de poeira e calor.

~CC~

sexta-feira, maio 16, 2008

Tempo (II)


Há segundos, minutos, horas, dias, em que solidão é um frio que parece que ter chegado para nos tomar para sempre. Acontece-nos no meio da multidão, acontece-nos entre os amigos, acontece-nos no meio do amor, acontece num dia intenso de trabalho, acontece numa noite de sexta, num domingo à tarde. Ela vem e embrulha-se em nós para nos enrolar a pele de escuro triste.


Digo-lhe baixinho: fica pouco tempo comigo.



~CC~

quinta-feira, maio 15, 2008

Riqueza(s)

A minha casa cheia da tua ausência.
~CC~

Pobreza(s) I

O homem chega com uma pequena carrinha, é tão pequenina que parece um ovo a rolar na estrada. A carrinha não tem marca que se veja e parece um produto adulterado, não por isso ser moda, mas porque foi construída às peças, como se fosse uma casa de um bairro clandestino, em que já há janelas mas a pintura ainda tarda. O homem vem ao fim da tarde, às vezes durante todos os dias de uma semana. O homem é já velho mais ainda tem força, caso contrário não arrancaria objectos tão grandes do lixo, objectos que não sei como encontra dentro dos contentores, nem para que os quer.


A princípio pensei que vinha colocá-los secretamente no lixo, na hora parda em que todos se preparam para jantar, por não querer chamar o serviço da autarquia ou por puro desleixo. Mas depois comecei a perceber que ele tirava as coisas do lixo, coisas partidas, velhas, fora de moda. Não sei porque as quer, não parece ser comida o que procura. E faz tudo a medo, olhando várias vezes para os lados e parando imediatamente a sua busca quando se sente observado. Imagino uma casa delirante com todos estes objectos que são pedaços de coisas outras, coisas que já foram de alguém.

Não sei que pobreza é esta, nem se é pobreza, todas as categorias que usámos para classificar o mundo parecem não ter já sentido.
~CC~

quarta-feira, maio 14, 2008

Creme de esteva



As coisas não me prendem. Demorei tempo a apreciar roupas, a gostar do espellho, a entender para que eram precisos adornos na pele se ela já era uma coisa tão bela. Ainda hoje não me demoro nas lojas, fujo dos centros comerciais, abomino desfiles de moda e outras manobras de exposição pública do corpo. Antes era uma ideologia baseada na busca da terra e da nudez, entre a ecologia e o comunitarismo, uma arquitectura tão íntima que não encontrava alojamento em nenhum partido, em nenhuma organização, em nenhum grupo. De qualquer modo cresci num mundo em que as mulheres que usavam saltos e pintavam as unhas eram objecto de desprezo, tanto quanto eram admiráveis as que usavam linhos brancos e longas cabeleiras sem pingo de tinta.


Hoje está longe de ser isso, abandonados os ideais românticos que forjaram a adolescência e embrulharam a entrada na idade adulta num limbo, há condições outras para pensar os objectos com liberdade. Mas ao contrário de muitos outros não viajei com a idade adulta até ao extremo, como quem vai da esquerda para a direita quando percebe que o mundo é imperfeito e dificilmente vai mudar. Não passei a gostar de saltos agulha e de verniz vermelho, mas passei a saber que quem os usa é potencialmente tão bom e tão interessante como quem não o faz, ainda que esteticamente essa imagem não me apaixone.


E passei a apaixonar-me por pequenos objectos, a deixar-me encantar pela poesia que alguns objectos parecem ter. É como se falassem comigo, é como se os ouvisse dizer: leva-me. É como se por os usar a minha identidade encontrasse eco neles. O creme de esteva, por exemplo. O creme de esteva, um produto natural para o rosto, estava num banal supermercado, creio que à minha espera. Não o tenho visto em mais nenhum. Tem duas particularidades: não parece acabar mais, há meses que o uso e o fundo continua a encher-se; cheira a campo, cheira à Primavera dos campos alentejanos, ao seu branco amarelo sol.


~CC~

terça-feira, maio 13, 2008

Temor, tremor.

Há mortes embrulhadas na revolta do mundo, vitímas de ditaduras, de actos terrorristas, de conflitos prolongados, da corrupção infiltrada entre os poros do negócio. Mortes que são gritos, mortes que nos dão vontade de gritar. E depois há estas mortes brancas, corpos tombados num repente sem sentido, um temor, um tremor. Há silêncios com os quais acordamos, mortes que não choramos, mas nos perturbam e incomodam. É tão longe a China, é tão longe a Birmania. Mas é como se aquela dor embrulhada em chuva fosse ainda de algum modo a minha dor.
~CC~

domingo, maio 11, 2008

Diálogos de rua

Disse a medo, perante a incorrecção que devia ser dirigir-me a ele no guichet
-Só queria comprar um bilhete, mas estou perdida no meio de tantas máquinas, mas há uma para cada destino?
- Deixe lá que eu vendo, assim é mais personalizado!

(Sorri, respirei de alívio, pensei que me ia chamar analfabeta)

Parece aflita a mulher de passo apressado e de olhar agitado, olho-a e ela dirige-se a mim
- Diz-me as horas por favor.
- Não tenho, não sei exactamente.
E quando ia dizer-lhe a hora aproximada que imaginava ser, ela diz:
- Já ninguém diz nada a ninguém, nem as horas!


(Há muitos anos que não uso relógio, após tentativas várias de o ter, mas tive pena. E tive pena porque não obstante a sua zanga exagerada, ela tem razão, já nem as horas se perguntam).
~CC~

sexta-feira, maio 09, 2008

Tempo (I)

Entre a terra e a pedra, poder respirar.
~CC~

quarta-feira, maio 07, 2008

Desejos



As palavras, todas elas, as mais feias e as mais belas, afogam-se num beijo. Só fica o beijo e dentro dele corações liquídos.


Beija-me Primavera.


~CC~

terça-feira, maio 06, 2008

Aprender

Aquela Faculdade é uma caixa forte pintada de branco, não fala comigo. Desde o primeiro dia que sou lá uma estranha e a maior parte das vezes não sei como fui lá parar. Não consigo resconstituir os meus passos. Nunca tinha feito lá nada antes. Desde o início tentei fazer o impossível em mim, pensar que ia para lá com um objectivo muito, muito específico, uma rota da qual não me devia desviar. Desta vez nada de delírios, percursos por este mundo e pelo outro.

Quando dei conta do que andava a fazer já os laços com os colegas eram quase tão sólidos como com os meus amigos de há vinte anos. Jantaradas, música, palavras noite fora, olhos molhados por vezes. Nada do que se espera de adultos, os mais novos já no limiar dos quarenta. Nenhuma rivalidade, pura delícia de amizade.

Depois a orientação, desde o início um nome certo, não haveria desvio. Um homem sólido, amigo, calmo e ponderado. Pois. Depois do primeiro ano o deslumbramento intelectual já morava noutro lado. Não resisti a seguir a pista do desnorte. Não sabia depois de tanto tempo a estudar que a orientação de um trabalho poderia acontecer a passear num jardim de um lado para o outro e depois pela tarde fora sentados ao relento num banco verde de madeira velha. Puro deleite de neurónios e um papel cheio de desenhos, mais confusa do que à chegada decerto mas com sentidos apontados e desafios múltiplos.

Ando por este mundo e pelo outro, é caso para dizer que nunca aprendo.
~CC~

segunda-feira, maio 05, 2008

Dias do avesso



A roupa vestida do avesso. O ponteiro a girar num sentido e os meus passos a girar para o outro. Um cordão prestes a apertar o pescoço e mil amarras por todo o corpo. Um peso sobre as palavras. Um sorriso a afogar-se. A impossibilidade de dizer algo que faça inteiro sentido para os outros. A fuga de todos os olhares que possam ver a cor que vai dentro de mim. O peso que cada hora tem em certos dias é superior ao seu tamanho em minutos e segundos.


Uma clara vontade de abrir uma janela e ter asas para poder sair por ela.


Abraça-me Primavera.

~CC~

domingo, maio 04, 2008

Mãe- um colo para as palavras

O prazer de a ver constuir uma identidade, passo a passo, palavra a palavra. Lugar ao texto de ~AF~, acolhido há uns dias atrás, e cuja partilha hoje resume quase tudo o que possa dizer sobre o ofício materno como longa e contínua construção do amor.

EU QUERO SER UMA PESSOA-LOBO

Depois do cão, o lobo é o meu animal preferido. Os lobos não são iguais às pessoas. Os lobos são mesmo muito diferentes das pessoas, apesar de haver pessoas que parecem verdadeiros lobos disfarçados.
No fundo nem sei se prefiro ser pessoa ou lobo, existem tantas diferenças:
1.
As pessoas lutam pela liberdade.

Os lobos não sobrevivem sem ela.

2.
Os lobos matam para comer.

Algumas pessoas matam-se a si próprias por desgosto, matam outras pessoas por ódio, matam animais por divertimento e sim, também matam para comer.

3.
As pessoas traçam o seu próprio destino.

Os lobos já têm o seu destino traçado.

4.
Os lobos são todos iguais.

As pessoas têm aspectos diferentes, têm costumes diferentes, têm pensamentos diferentes.

5.
As pessoas ou vivem cubículos fechados, ou em grandes casarões, ou em tendas ou frio, ou em apartamentos dentro duma grande cidade, e ainda são raras as que vivem no campo, mas essas vivem em casinhas bonitas, mas solitárias e sem grandes condições.

Os lobos só vivem num sítio na natureza e não te preocupes, eles não precisam de um shopping para sobreviver.

Mas pronto depois destes meus pensamentos, ainda ouço a célebre frase, da boca de um adulto: “Se não comeres a sopa toda, chamo o lobo mau.” Tudo por causa da maldita história em que o lobo mata a avozinha comendo-a e o caçador mata o lobo, baleando-o. Ou seja está é uma história, que é contada a crianças de 4 anos, em que se matam todos uns aos outros e ainda acabam felizes. Realmente é fantástico, como ninguém se apercebe disto e todos acham esta história maravilhosa.

Eu quero ser livre, só quero matar para comer, quero viver na natureza, quero traçar o meu destino e quero ser diferente dos outros. No fim de contas eu quero ser uma pessoa-lobo.
~AF~

sexta-feira, maio 02, 2008

Boas correntes

A poeira enviou no vento uma corrente. Não me importo não é expressão que colha em mim grande simpatia, mas sei que é modo de dizer o contrário, isto é, importo-me, quero, desejo, coisa que a Cristina sabe dizer bem e ainda bem.

Não me importo com o dinheiro, talvez por não desejar ter muita coisa.


Não me importo que me chamem aluada por saber que em parte têm razão e por saber que a outra parte é raiz na terra.

Não me importo de mostrar a minha ignorância, de dizer que não sei quando não sei.

Não me importo de chorar em público e em privado e de ainda hoje me emocionar tanto com tão pouco.

Não me importo de não ter um amor quando não o tenho, não me assusta a solidão.

Não me importo de ter tanto sempre para fazer por normalmente gostar tanto do que faço.

Perdoa Cristina a pequena transgressão de não nomear, peço antes que o vento de Primavera leve esta corrente a quem por ela aqui passar e por ela se deixar tocar.
~CC~


Regras:-

- Dizer 6 coisas que não se importe de fazer ou de ter.
- Colocar o link da pessoa que o "mimou".
- Colocar as regras no blog.
- Desafiar 6 pessoas, deixando um comentário nos seus blogs.