Fechar os olhos e ir pelos dedos da chuva, criando asas. Depressa estou nas termas de Budapeste, e despreende-se do vapor uma textura de baunilha e amoras. Mais um bocadinho de olhos fechados. Depressa chego à praça de Marraquexe, e despreende-se do ar o barulho dos vendedores de objectos, e de sonhos, e o ar quente traz areia vinda do deserto. Mais um bocadinho sem acordar. Estou na cidade do Cabo, e diante de mim o mar revolto do fim e do começo do mundo, peixes grandes e conchas que andam sozinhas no vento. E depois Buenos Aires, esse tango que jamais saberei dançar, mas que me ecoa na pele. E há ainda a esperança de em todos estes lugares estar um abraço teu.
Passei tempo demais escrevendo, frente a um computador, tenho a sensação que metade do meu tempo foi feito a tricotar palavras para ninguém. Por isso anotar roteiros é uma prática antiga de me fazer feliz. Qualquer dia vão vender isto como mais uma terapia.
~CC~
3 comentários:
Aquele abraço...
Obrigada pelas tuas sábias e lindas palabras.
Tal como "Penélope" não desistas de tecer.
Escrever assim tão bem já é um motivo maior.
Boas Festas
Clorinda, és muito querida! :)
Beijinho e tudo de bom.
~CC~
Qualquer dia? Já não fazem (quem faz) outra coisa, e tem utentes ;)
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