terça-feira, dezembro 07, 2010

A suster as marés

Tenho tudo a mais. Tenho a mais a ZON, com o seu conjunto de três equipamentos que avariam à vez, tenho a mais a água canalizada com os seus tubos PEC que debitam um cauldal mínimo, tenho a mais cartas registadas que não consigo ir levantar aos correios e trazem por certa problemas adicionais, tenho a mais o fisco que me escreve por carta e por e.mail seja porque motivo for, tenho a mais os jornais da semana que não consigo ler, e livros tão interessantes que deixo a meio.

Tenho tudo a mais numa casa pequena, numa pessoa pequena, numa vida com limite. E apesar de ter energia para fazer girar algumas ventoinhas, caso tivesse modo de a transformar em vento, não é suficiente, não chega para colocar tudo no lugar e a horas e bem feito.

E às vezes apetece-me fazer uma birra grande como os putos, cruzar os braços, e deixar o tempo passar enfiada num cobertor quente, deixar avançar todos os desastres. Outras vezes rio-me de tudo isto, e até de mim, do meu modo de andar a fazer barragens contra a força das marés. E descobri que consigo tomar banho com um alguidar de água, apenas um.
~CC~

2 comentários:

fallorca disse...

Progresso... ;)

deep disse...

Como te entendo e me revejo nas tuas palavras. Tem-me faltado energia, mais do que o tempo ao qual atribuo a culpa, para me desfazer de um conjunto de excessos. Acredito que, assim, lavo um pouco a alma.
Por enquanto, talvez por medo de mais excesso e desta minha dificuldade em saber lidar com eles, só há quatro canais de televisão.

Bom resto de semana. Um abraço. :)