Errei muito. Fui presidente de uma associação de pais, coordenadora de curso, gestora de condomínio, representante dos encarregados de educação, militante de associações várias, sindicalizada desde o primeiro dia. Fundei ou ajudei a fundar várias associações de ex.estudantes de das várias escolas onde andei e daquelas onde tive alunos, prolongando vínculos que me tinham abanado o coração.
Errei muito, fui de todos os poderes pequenos, aqueles das vozes altas, dos olhos molhados, das crenças ingénuas, das noites mal dormidas. Aqueles poderes pequenos de dar o rosto. Guardei de todos eles pós de ouro e pós negros. Pelo último dos poderes pequenos, tornei-me réu, título que parece que só pertence a gente importante.
Esqueci-me de militar num partido político, ou melhor, esse erro felizmente não cometi. Faltou-me ingenuidade suficiente. Ou descaramento.
~CC~
8 comentários:
não há nada a lamentar, então, pelo contrário só a congratular por teses essa aguda consciência e mesmo assim não desistir do poder, dar o rosto.
Via, eis o que lamento. Há um ano e pouco atrás, numa situação em que o meu prédio já não tinha elevador, nem luz, e a porta da garagem estava sempre aberta...acedi a ficar no condomínio. A empresa que o geria abandonou tudo sem prestar contas e com uma divída acumulada à empresa dos elevadores. Durante um ano a empresa dos elevadores diz ter enviado cartas a dizer que o processo estava em contencioso, mas nunca as recebemos. Um dia vieram aqui. O meu nome e telefone estava à vista no quadrinho da entrada, disponível para todos os condóminos. A partir daí foi tudo em velocidade de cruzeiro, de estranhar num país que dizem de justiça lenta. Convocados os condóminos para se tentar chegar a um acordo com a empresa e evitar a ida a tribunal, apareceram 4 de 17.
Os poderes pequenos, Via, vão a tribunal e são julgados e condenados. E rapidamente. Já a Cidadania, essa, é para os parvos nos quais me incluo. Mas incluo-me com muita alegria, mas também muita tristeza.
~CC~
entendo muito bem esse sabor entre o orgulho, por não cedermos, e o desencanto, por sabermos do encerramento, inexorável, de alguns sonhos.
Um abraço amiga...
Mulher de fibra...
Faço das palavras da Via e da Leonor as minhas...
Um Abraço da Ana
A treta dos condomínios funciona de facto como uma bela analogia ao País. Reina a fuga para a frente e quem se lixa são sempre os mesmos...
Saúde
Vivemos de erros ... mas sobretudo de sonhos que continuamos a alimentar, mesmo nos erros!
«Sonho meu!! sonho meu!! ... »
Força, rapariga!! ...
Gostava de perceber é como chegámos aqui ... a este estado da justiça!!
Bjs grds
errare humanum est
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