Uma delas está pensar ir dormir e a outra está a pensar que esta noite deveria permancer acordada.
A que dorme vai a caminho de abraços quentes, canções de embalar e açordas alentejanas. Vai para respirar o cheiro de peles amadas ou tão só inspirar a recordação que delas permanece, como a cheiro do seu bébé de colo. Vai para para saborear o Jasmim dos quintais, mais activo quando anoitece e para apanhar as estrelas com a rede de pesca de brincar que encheu todas as infâncias.
A que está acordada não deixa nunca parar as mãos, há uma energia que é preciso colocar na obra que começou ao nascer. Desdobra mapas e planos, abre livros e livros, rascunha mais e mais notas em cadernos, sempre em cadernos sem linhas. Sabemos que nunca chegará ao fim dos sonhos, resta saber se aguentará o cansaço dos caminhos. Ainda mais quando dentro da história a que chama sua, os caminhos já acabaram abruptamente e foi necessário começar sem nenhuma pedra e nenhuma pista. Os bichos sem habitat morrem, esta mulher não pode, ainda não pode.
Será na luta das vontades que a identidade se forja como o metal e como o barro?
~CC~
4 comentários:
Um grande beijo para as duas.
(na testa para a que dorme, não a quero acordar)
A luta das vontades, faz parte, também ,da identidade
JVT, acho bem que distribuas os beijos :)
Sim Marta, mas às vezes não é fácil.Abraço
~CC~
Eu sei Carla, podes crer que sei.
beijo meigo para ti
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