As obras na estação duraram quase ano e meio, durante alguns meses nem de noite paravam, presos de uma urgência a todos imperceptível.
Sofremos com o barulho, pó, com a seguradora que nos bateu à porta para examinar se as paredes já tinham rachas antes das obras, para não irmos reclamar depois. Nunca lhes abri a porta, e olho agora para as pequenas fissuras que percorrem os azulezos da cozinha e o hall de entrada.
Suportámos a pensar no Intercidades que nos ligaria a todo o lado mais rápido e aqui mesmo à porta. Tu virias de Sul, eu iria, ambos podíamos ir para Norte, e foi assim que há bem pouco viajei até Viana.
Há uns dias soube que a CP cortará esta cidade da rota do Intercidades, justificando-o com a poupança de meia hora para Sul, seguindo assim a linha que o ALFA já percorre, igualzinha. Olho para a estação remodelada, ampliada, imponente. É assim um país sem planeamento, que risca as cidades médias do mapa, retirando-lhes estações, escolas, hospitais. Sempre foi uma céptica face aos arautos da regionalização, vendo bem como adornaram tudo de rotundas e pavilhões gigantescos...mas isto é demais!
Resumam o país a Porto e Lisboa, cidades ainda assim periféricas, onde se virá para contratar emigrantes para a Europa rica.
~CC~
1 comentário:
Tristezas de cabeças bem pensantes que acordam cada dia com uma nova ideia ... :-(
Não resisto a partilhar no Facebook.
Beijinhos grds
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