quarta-feira, outubro 20, 2010

Amargo(s)


Discutia-se, entre professores, os prémios que se atribuem aos alunos como forma de os distinguir por esta ou aquela coisa boa. E um deles diz: temos é que lhes dizer que o prémio não é um livro! Gargalhada geral.

E depois cada sorriso a desfazer-se amargo.
~CC~

8 comentários:

deep disse...

Há uns anos, ofereci, pelo Natal, um livro a uma miúda. A mãe recomendou-lhe, na minha frente, que não dissesse às primas com quem ia brincar que eu lhe oferecera um livro, mas "algo melhor". Fiquei muda, mas não desisti de a presentear com livros.

Curiosamente, essa miúda, que hoje é uma adulta de 27 anos, confessou há pouco tempo que, quando era miúda, sonhava ser como eu e reconheceu que algum gosto pela leitura o deve ao facto de eu lhe ter oferecido livros.

Um abraço. :)

Maria Ana disse...

Concordo com a deep...
Incentivar a ler tem que partir de nós adultos,e quanto mais cedo melhor.
Ainda me lembro que em miuda,gostava muito de ler ,mas vivia numa aldeia e praticamente não havia livros,só os escolares e
alguns que a professora levava para emprestar.Depois como por
milagre apareceu a Biblioteca
itinerante,e eu era sempre a primeira a chegar ao local,li
nessa altura muito...e ainda continuo uma apaixonada pelos livros.
Eu penso que as crianças estão
muito sobrecarregadas de estímulos
extraescolares e nem sempre bem
geridos.
Eu continuo a oferecer livros ás
crianças.
Abraço da Ana.

fallorca disse...

«Depois como por milagre apareceu a Biblioteca itinerante», as carrinhas de chapa ondulada da Gulbenkian?
Se era essa a Biblioteca Itinerante, lemos os mesmos livros :)
(na minha terra, na Beira, chamavam-lhe «andante; o mais curioso é que esse projecto foi levado em frente pelo escritor Branquinho da Fonseca, meu conterrâneo e a cuja Biblioteca Municipal homónima, doei a minha)

Maria Ana disse...

Olá fallorca,obrigada pela informação que me deu,gostei de saber que o milagre partiu de
um escritor que com a fundação
Gulbenkiam levaram para diante esse belissimo projecto.
Dar possibilidades de leitura ás
crianças nessa época,foi uma obra
extraordinária.
Agradeço por me dizer.

CCF disse...

Gosto de vos ter aqui à conversa uns com os outros :)
Nascida e crescida em Angola não tomei o gosto à leitura com as bibliotecas itinerantes da Gulbenkian, mas ouvi e li sobre isso depois, coisa admirável num pais de analfabetos. Não sei do que precisamos agora, mas há qualquer coisa errada quando pensamos que o pior que podemos dar aos miúdos é um livro.
Abraços três
~CC~

sem-se-ver disse...

sei bem desse sorriso amargo. já tive/mos tantos em reuniões de profs...

deep disse...

Sabem, talvez nem tudo esteja perdido. Hoje, dois rapazes dos seus 12/ 13 anos, com óbvias dificuldades, de aprendizagem e monetárias, vieram muito orgulhosos mostrar-me os livros que tinham adquirido numa feira do livro - um sobre as transformações na puberdade, outro "O menino que não gostava de ler". Mais tarde, dei com ambos empenhados na leitura e até me abordaram de novo para que os esclarecesse sobre o significado de algumas palavras. Não pude deixar de esboçar um sorriso e de os elogiar.
Em minha casa havia apenas os livros obrigatórios para a escola, mas tive a sorte de ter, a dois minutos de casa, uma biblioteca da Gulbenkian, que estava instalada numa sala de um antigo convento franciscano.

Bom resto de semana para todas.
CC, um abraço. :)

deep disse...

Sabem, talvez nem tudo esteja perdido. Hoje, dois rapazes dos seus 12/ 13 anos, com óbvias dificuldades, de aprendizagem e monetárias, vieram muito orgulhosos mostrar-me os livros que tinham adquirido numa feira do livro - um sobre as transformações na puberdade, outro "O menino que não gostava de ler". Mais tarde, dei com ambos empenhados na leitura e até me abordaram de novo para que os esclarecesse sobre o significado de algumas palavras. Não pude deixar de esboçar um sorriso e de os elogiar.
Em minha casa havia apenas os livros obrigatórios para a escola, mas tive a sorte de ter, a dois minutos de casa, uma biblioteca da Gulbenkian, que estava instalada numa sala de um antigo convento franciscano.

Bom resto de semana para todas.
CC, um abraço. :)