segunda-feira, maio 24, 2010

Uma coisa quase nada

Tinha olhos azuis e por isso pode ser moldada de barro para ser uma princesa, deram-lhe outro nome, outra língua, outra nacionalidade e ensinaram-lhe os gestos certos. Esqueceram-se de apagar algumas das suas memórias, poucas é certo, entre elas o paladar da sopa de peixe que a avó lhe tinha ensinado a fazer. Uma memória de rio. São as pequenas memórias que não nos deixam perder a identidade, só um cheiro, um paladar, um olhar que ficou.

E indo pelos rios ela viu que o seu coração batia, não era um pedaço de cinza. Depois deixou que os dedos de luz a acordassem e nasceu outra vez mulher, quase a menina que antes tinha sido.

(É assim, é bonito o filme "Em nome do amor")
~CC~

1 comentário:

Mar Arável disse...

Sem boas memórias

não há amanhãs

Bj