Os bilros, esse matreaquar de madeira donde sai a renda. Essa mulher sozinha em convívio com a alvura dos fios. Há entre o seu tecer e o meu tecer a analogia das horas gastas sem dar conta.
E de quando em quando estas interrupções intensas na solidão dos dias deixam um lastro de exaustão emocional sem precedentes. Uma quinzena densamente povoada de gente, como há muito não acontecia.
Estes encontros, nenhum deles marcado pela tristeza, pela revolta, pela amargura, traços que tantas vezes marcaram o meus encontros de labor, mostraram-me duas faces, duas que são só uma e é a minha face. Ainda é possível fazer com que das minhas mãos nasçam estrelas, elas têm com elas a memória de uma alegria que não se perdeu inteiramente, basta confiar para que se ilumine o que em mim é ainda luz. Mas quando nos habituamos a ser pessoas sós, viradas para dentro em exilío de vozes, não mais deixamos de precisar desse silêncio. É como se ele nos viciasse. É a renda à nossa espera.
Estes encontros, nenhum deles marcado pela tristeza, pela revolta, pela amargura, traços que tantas vezes marcaram o meus encontros de labor, mostraram-me duas faces, duas que são só uma e é a minha face. Ainda é possível fazer com que das minhas mãos nasçam estrelas, elas têm com elas a memória de uma alegria que não se perdeu inteiramente, basta confiar para que se ilumine o que em mim é ainda luz. Mas quando nos habituamos a ser pessoas sós, viradas para dentro em exilío de vozes, não mais deixamos de precisar desse silêncio. É como se ele nos viciasse. É a renda à nossa espera.
Regresso pois a mim, ao rendilhado interior dos dias.
~CC~
1 comentário:
... e os "bilros" aí tão perto!...
;-)
Bjs mto grds
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