Que saudades de umas asas, de umas asas grandes e volumosas, de um vento enorme e doce capaz de ser uma viagem. Que saudades de um bater de coração forte, capaz de se abater sobre o quotidiano e de o abanar com a sua vertigem. Que saudades dos campos amarelos e vermelhos deslubrantes em certos Outonos, capazes de fazer da vida a essência do poema. Que saudades de mim com olhos lavados pela beleza das paisagens e das casas e a pele raspada pelas ervas aromáticas. De todas as coisas, apenas as que chegam inteiras por todos os cinco sentidos são o voo pelo laranja azul palpitante. Podia fazer da viagem a minha rotina, e das pausas esse saber que há um poiso para retornar e corações para os quais voltar. Não vi quase nada do mundo ainda, e tudo ainda queria ver. Não vi quase nada do mundo, e há tantos lugares aos quais desejo voltar. Não me vi ainda quase nada no mundo, e de tudo de mim ainda queria saber.
~CC~
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