terça-feira, setembro 15, 2009

Azul


Eu tive um sonho, desses de se ter acordado, que viveu comigo quase a vida toda. Um dia, sem dar conta, já não o tinha. Tinha-se perdido devagarinho enrolado no pó dos dias. Crescer para mim foi também arrumar alguns dos muitos sonhos que trazia.

Ontem eles falaram-me dele enquanto caminhavámos junto do estuário do rio Sado, falaram dele como se fosse possível, e sonharam-no para mim. Era de mim que falavam e das minhas histórias, das histórias que fui deixando para trás, sempre depois de qualquer coisa, quase todas inacabadas. Será que os outros sabem mais de nós do que nós próprios, ou será que com certas nuances de luz os nossos olhos se tornam transparentes até à adolescência?
~CC~

3 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

Acho que, às vezes, querendo ser opacos somos transparentes e os mais avisados sabem-no

Rita lobo disse...

Talvez a Deusa te esteja a avisar que há sonhos dos quais não se deve desistir ... talvez seja um SINAL ... talvez, só talvez ...

via disse...

ao contrário de ti ontem voltou-me um velho sonho,e voltou como possível. foi bom.