Não gosto da palavra vítima, por indiciar um estado de coisa sem retorno, um corpo reduzido a nada. Estes miúdos que falaram já foram vítimas, durante todo o tempo do seu silêncio e do seu medo. Não é a condenação dos abusadores que os salvará, nem a nós, mas poderá mostrar que os mais vulneráveis também são capazes de lutar, e isso é esperança. O mais importante não é nos contentarmos com a condenação dos poderosos, como se os seus privilégios, conseguidos ou não por direito próprio, nos incomodassem mais do que os abusos que cometeram.
O que é importante é acreditar que há gente que poderá cortar com a sua voz silêncios de séculos. Já não são vítimas, são heróis à medida do mundo.
~CC~
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