A lenda da ponte da Mizarela é simples. A mulher que não engravida ou que já grávida viva em sérias dificuldades deve pernoitar nesta ponte. Assim que a manhã espreitar, ela deve esperar o primeiro caminhante que passe. Deve chamar por ele e pedir-lhe que jogue com a ajuda de uma corda um vaso que deve regressar cheio de água do rio rabagão. Com essa água, o viajante procede ao baptismo da criança (ou da sua esperança) no ventre da futura mãe. É muito importante o contacto da água com a pele, pelo que a mulher deve afastar a roupa que a cobre ou deve levar vestes em que abriu previamente um orifício. Deve ser dita a reza condizente, pela qual todos os rapazes nascidos deste ritual se chamarão Gervásios e as raparigas Senhorinhas.
Quando esta mulher morena e bonita, filha de um pai não comunista e não crente, na casa dos 30 anos, me contou esta história, confesso que lhe fiz uma série de perguntas nascidas da minha racionalidade de advogada. Como é que hoje em dia se acredita que há viadantes a passar no começo da manhã em lugares tão inóspitos como este? Porque é que esta água é milagrosa e não outra qualquer? Como é que uma água sobre a pele influencia a gestação? Mas sobretudo, como é que uma mulher de hoje acredita numa lenda que parece ter sido criada em plena idade média, ou mesmo antes?
Esta mulher da ponte da Mizarela, cuja voz já ouviram na primeira pessoa, na situação em que está actualmente não tem revistas nem jornais à mão. Por isso não me respondeu que Nicole Kidman, actriz bem sucedida de Hollywodd, atribuiu recentemente a sua gravidez a uma cascata milagrosa na Austrália. Mas eu coleccionei estes e outros artigos com estas histórias, e mesmo sem entender, respeitei estas mulheres.
~CC~
3 comentários:
Não há limites
para os infinitos
mesmo em cascata
o que é preciso é crer!!!
talvez, tudo na vida seja uma questão de "fé"!!!!
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