P- Rapaz, porque me olhas tão intensamente?
R- Porque estás aí parada há muito tempo a olhar para mim
P- Porque mexes no que não deves, essas pedras não são para tirar daí.
R- E porquê?
P- Porque debaixo delas está há séculos escondido o meu diário.
R- O diário de uma pomba?!
P- Disseste mal, é o diário de uma moura, de nome Ari.
R- Mas tu és uma pomba, a pomba mais branca que já vi e com os olhos mais pretos.
P - Pareço uma pomba mas sou uma moura, sou desse tempo.
R- Qual tempo?
P- O tempo em que as pessoas se podiam transformar em animais e vice versa.
R - Mas esse tempo nunca existiu e se existiu porque é que acabou?
P - Existiu sim, mas acabou. Os homens viviam perto da natureza, em comunhão íntima, por isso podiam transformar-se, não eram reinos diferentes, como são hoje.
R- E como se conseguiam transformar?!
P- Por um sentimento, uma emoção ou um desejo intenso.
R- Só assim?!
P - Sim
R - Isso é impossível, não é verdade.
P - Mas então porque é que estás a falar com uma pomba? Isso é impossível.
Se quiser saber mais:
3 comentários:
Nostalgias!?
Belo
como as todas as pedras milenares
que teimam olhar-nos
para não deixarmos desmoronar
as memórias
Cristina, não é nostalgia, mais uma nova leitura e interpretação da lenda :)
Obrigado, mar arável!
Abraços dois
~CC~
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