É Setembro, mês de entristecer com os fins de tarde de vento gelado na praia. É Setembro, lugar de partida dos almoços ruidosos de fato de banho e chinelos em torno do peixe fresco e das sobremesas vermelhas. Fecham-se as casas de praia, lavam-se as toalhas, traz-se um casaco para a noite. É Setembro, encerram devagar e pouco a pouco as festas nos castelos, nas praias, nos jardins, o jazz no coreto. Poderia morrer em Setembro com esta tristeza que é o Verão a terminar, não fora ter nascido neste mês. Concentro-me na alegria que pode sobrar.
Este é o mês das sementes a tentar absorver o máximo de água e o que sobra do calor do sol para poderem emergir, sair da casca. Nas mãos gretadas e de unhas amarelas que as deitam ainda à terra, nas máquinas que as cospem a toda a velocidade, há a esperança que possa haver vida num pequeno nada. É em Setembro que se colhe ao mesmo tempo que se semeia, que as uvas chamam as abelhas ao mesmo tempo que os passáros tentam roubar as sementes aos agricultores e eles os espantam com bonecos que parecem homens. É a vida a romper debaixo da terra, mesmo que o vento teime em levar as folhas.
~CC~
~CC~
3 comentários:
C'est en septembre
Quand les voiliers sont dévoilés
Et que la plage, tremble sous l'ombre
D'un automne débronzé
C'est en septembre
Que l'on peut vivre pour de vrai
...
O verso é de uma bonita música de Gilbert Bécaud, pensei nela o dia todo, a sua bonita "Despedida" trouxe-a a propósito.
Abraço amigo
Carpe Diem :)...e bom Setembro
clo
Bem bonito, Clo! Obrigado
~CC~
setembro é o meu mês preferido.
se nele nasceu, tanto melhor!!! :-)
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