No tempo dos balanços passam pelos dedos os futuros como desenhos de um tempo que virá. Futuros tão incertos como são cada vez mais os que se enrolam nestes passos do mundo e nos meus próprios passos. Não é vulgar tanta incerteza na idade que é a minha. Nem tantos projectos, tantos sonhos, tanto lume sempre a aparecer, ou são apenas os meus olhos que ao olhar para dentro se enviesam. São olhos tortos a ver-se num espelho de flores.
No tempo dos balanços que se cruzam connosco a cada virar de ano, o ódio ganha força e mata gente, sempre acreditei que assim era e que não há nada mais perigoso que a forma como ele se aloja dentro do sangue e toma cor. A cada tempo que a minha vida demorar mais, é nessa frente que a minha batalha se irá travar, contra esse fanatismo que nos assola em várias frentes. Darei todas as minhas mãos que são só duas a quem o queira fazer.
No tempo dos balanços acertar os sonhos é um exercício de equilíbrio entre amores vários, entre as possibilidades e a intensidade de certos desejos. Tenho três certezas: que estou viva diante deste manto azul que se abre diante de mim, que tenho vontades capazes de caber em doze passas, que as minhas mãos fragéis se alimentam da força dos que me amam.
E como não há três sem quatro, acrescente-se o gosto que ainda tenho por rir.
~CC~
2 comentários:
Acho que a idade das incertezas e dos sonhos são todas, qualquer uma desda as mais novas às mais velhas, desde que consigam pôr em causa, felizmente tenho-o feito sempre desde ainda jovem, até hoje.
Espero continuar a tê-las,às dúvidas, espero continuar a tê-los aos sonhos.
garanto-te que se há alguma coisa que desejo para mim neste próximo ano, é que não perca nenhum dos dois.
Rir, uma das melhores coisas do mundo, principalmente se de nós próprios.
Chorar também é muito saudável, nem que seja de comoção.
De mão dada também com as incertezas do futuro.
Talvez se encontre a paz.
Entretanto podemos ir rindo pelo caminho.
Beijo
*jj*
Enviar um comentário