Era o vento a mudar e eu sem saber onde poisar.
A princípio era só um lugar onde te trazia um ou outro fim de semana, na minha cabeça já o desejo de procurar aqui modo de ficar. Acho que só os belgas lhe podiam ter dado um nome que entre nós era piroso: Beijinho. Acho que por aí começou o namoro, pelo beijo pequenino que se dá às crianças, palavra quase primeira aprendida na expressão desse amor maior.
Um café quando é nosso é a extensão da nossa casa, torna-se pouco a pouco assim. Depois há algumas coisas que o tornam único. Aqui era o gelado de baunilha, os crepes, as tarteletes de morangos, o bolo de chocolate. Foi por aqui a tua iniciação e posterior rendição. Deixa ver mais. As fotografias enormes nas paredes, fotografias de paisagem e de crianças, na maior parte das vezes uma e outra coisa tinham mar. Belgas rendidos aos encantos das nossas ondas, trazendo com eles o chocolate. Não gostava de chocolate por aí além e não sabia o quanto podia gostar de gelado caseiro de baunilha(este Cgs, foi antes do teu). O português mal acentuado pode ser muito carinhoso e era o caso, acolhedor sem excesso. Depois de duas ou três vezes disse-te: já pensaste como era bom morar perto deste café? Os olhos brilharam um pouquinho, o chocolate a escapar-se numas migalhinhas pela mesa. Agradeço ao Beijinho a ajuda que me deu a trazer para outra cidade uma criança de apenas seis anos, a fazê-la mudar de casa quase sem dor. Esse foi o começo de quase um ano vivido entre a casa e o café, numa cumplicidade cada vez maior e com mais amigos. De lá trouxemos bolos de anos, barriga cheia, muito conforto.
Ainda temos saudades. Em casa guardo a ementa, combinámos (sem cumprir) fazer um jantar anual à Beijinho no dia da despedida emocionada, no dia do brinde ao futuro do jovem (e belo) rapaz que era o autor dos doces da casa. Deixou o gelado de baunilha e tornou-se fotógrafo. E até hoje a porta está fechada, o canto desolado, as montras escuras.
Não haverá um beijo igual, um beijinho tão doce quanto este.
~CC~
A princípio era só um lugar onde te trazia um ou outro fim de semana, na minha cabeça já o desejo de procurar aqui modo de ficar. Acho que só os belgas lhe podiam ter dado um nome que entre nós era piroso: Beijinho. Acho que por aí começou o namoro, pelo beijo pequenino que se dá às crianças, palavra quase primeira aprendida na expressão desse amor maior.
Um café quando é nosso é a extensão da nossa casa, torna-se pouco a pouco assim. Depois há algumas coisas que o tornam único. Aqui era o gelado de baunilha, os crepes, as tarteletes de morangos, o bolo de chocolate. Foi por aqui a tua iniciação e posterior rendição. Deixa ver mais. As fotografias enormes nas paredes, fotografias de paisagem e de crianças, na maior parte das vezes uma e outra coisa tinham mar. Belgas rendidos aos encantos das nossas ondas, trazendo com eles o chocolate. Não gostava de chocolate por aí além e não sabia o quanto podia gostar de gelado caseiro de baunilha(este Cgs, foi antes do teu). O português mal acentuado pode ser muito carinhoso e era o caso, acolhedor sem excesso. Depois de duas ou três vezes disse-te: já pensaste como era bom morar perto deste café? Os olhos brilharam um pouquinho, o chocolate a escapar-se numas migalhinhas pela mesa. Agradeço ao Beijinho a ajuda que me deu a trazer para outra cidade uma criança de apenas seis anos, a fazê-la mudar de casa quase sem dor. Esse foi o começo de quase um ano vivido entre a casa e o café, numa cumplicidade cada vez maior e com mais amigos. De lá trouxemos bolos de anos, barriga cheia, muito conforto.
Ainda temos saudades. Em casa guardo a ementa, combinámos (sem cumprir) fazer um jantar anual à Beijinho no dia da despedida emocionada, no dia do brinde ao futuro do jovem (e belo) rapaz que era o autor dos doces da casa. Deixou o gelado de baunilha e tornou-se fotógrafo. E até hoje a porta está fechada, o canto desolado, as montras escuras.
Não haverá um beijo igual, um beijinho tão doce quanto este.
~CC~
5 comentários:
Também tive o prazer de comer uns crepes e umas bolas de gelado no Beijinho...
Eu não conheci :(
Lá que eram bons eram...
Ainda hoje peço: podemos fazer um crepe para o jantar...
AIIIIIIII..... o meu querido beijinho.
ass: ~AF~
Qualquer dia faço um jantar à Beijinho, com a ajuda da AF...e convido-vos! Mas para o gelado de baunilha tem que ser a CGS.
~CC~
Não era nada mal pensado!!!!!
ass: ~AF~
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