terça-feira, outubro 23, 2007

Desencontro(s)

As minhas bandeiras são panos enormes postos no céu. Deixo-lhes o meu coração com tal intensidade que nunca descanso. Isso às vezes faz-me chorar. Tenho a dimensão da minha radicalidade e exigência no confronto com o mundo e a medida da dor que ela me traz.


As tuas bandeiras são tiras de pano coladas ao chãos que constróis e reconstróis como se fossem tapetes escolhidos para combinar com a mobília. Tu não choras, não podes. Tu recuas sempre à medida do que é inteligente fazer para amortecer o choque e a queda e com isso moderas sempre o impacto da dor.


É difícil dizer quem está certo. Provavelmente nenhum de nós.

O único problema é que às vezes precisava de alguém que levasse os meus olhos a passear quando eles se cansam.
~CC~

5 comentários:

Anónimo disse...

provavelmente os dois.

mas é tão bom conseguir chorar.

Cristina Gomes da Silva disse...

Ninguém pode olhar por nós, no nosso lugar. Desilude-te. Que seria de nós se assim fosse?

CCF disse...

Marta, chorar parece que é das primeiras coisas que fazemos, isso deve ter algum significado :)

Cristina, não estou assim tão certa como tu que seja impossível, pelo menos numa certa forma de olhar para o mundo(claro que não é de "tudo" que falo, dessa impossibilidade acho que tens razão...)

Limpas as lágrimas aí vão beijos duplos
~CC~

João Torres disse...

A vida é feita de encontros e desencontros. Vejo que começas a ter a ardósia riscada... Tenho a certeza que muitos mais riscos virão de bamigos que já tens ou outros que venham a descobrir este teu novo cantinho.

Um dia ainda voltaremos a conversar sobre o sentido destas ardósias virtuais que podem servir para tanta coisa diferente!

Voltarei a riscar por aqui.

Um abraço apertado
João

CCF disse...

João, vem riscar sempre que te apetecer :) És muito bem vindo!
~CC~