Discordo do título. O método não é perigoso. É verdade que o médico se apaixona pela doente e vice versa, como já aconteceu com outros médicos, professores e alunos, advogados e clientes...a proximidade gerada numa relação profissional é geradora de inúmeros casos de amor, uns de êxito e outros fracassados, quase sempre atravessados por muitos dilemas.
O método é fascinante, pela primeira vez alguém prescinde de químicos e usa a palavra, a livre associação, a metáfora. Mais, pela primeira vez o médico não cura o doente, é o doente que se cura a si próprio, tudo depende da capacidade e disponibilidade para a viagem. Jung vai mais longe que Freud nessa busca pela autodeterminação de quem se vê doente, e é simultaneamente o que mais erra, o que mais se fragiliza, o que mais duvida...mas, como diz, só alguém ferido pode compreender realmente outro ser ferido. Continuo a admirar a psicanálise, provavelmente o único método que não é perigoso.
Este sublinhado saiu longo, a condizer com os tratamentos analíticos, um dos seus mais proclamados defeitos.
~CC~
Nota: aliás o nome da peça de teatro que o filme se baseia é " The Talking cure"...do dramaturgo e argumentista inglês, nascido nos Açores, Christopher Hampton. É claro, quem nasceu homem das ilhas de bruma...
1 comentário:
Vou ver esta semana.
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