segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Curtas (IV)

Com dez anos subiu ao telhado da escola e disse que se ia atirar de lá. Dias antes a mãe tinha dito que não o queria mais, e foi pedir a uma instituição que ficasse com ele. Podemos condená-la, mas não antes de ouvir a história triste que também terá para contar. Condenar é tão simples.
Fiquei apenas a pensar nos abraços que faltaram. À mãe, ao filho.

E nas aulas que fizeste hoje, à base de abraços.

Nas aulas que também farei com muitos abraços.

É preciso acreditar, pedir aos meninos que desçam dos telhados, abraçá-los.

~CC~

3 comentários:

Gregório Salvaterra disse...

Há aulas que são caminhos e encontros. E taqmbém ali senti que havia gente com muito pouca andança de abraços. Espero que tenham caído alguns medos.
Abraço tracinho te
*jj*

Leonor disse...

Um post pleno de ternura, CC. Sabe tão bem lê-la.

deep disse...

Outro abraço... directamente do mar de pedras, onde hoje há sol (e menos frio). :)