domingo, janeiro 23, 2011

Ao engano

A erosão da nossa implicação na vida social e política leva a que até a tristeza já não seja a mesma nas noites em que os outros vencem. Esta era, aliás, tristeza anunciada, e talvez por isso me chegou como uma gripe depois da vacina tomada.

Ainda assim, não deixo de me perguntar sobre quem é este povo, que distrito a distrito, sem nenhuma excepção, se deixa enganar.

~CC~

2 comentários:

EB disse...

É o povo que não deixaram crescer culturalmente. A de ontem foi mais uma «enganadela», mas todos os dias são várias.
É pena, mas hoje podemos ainda cantar:
«Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola...
dão-nos a honra de manequim para dar corda à nossa ausencia
dão-nos o prémio de ser assim sem pecado e sem inocência...
dão-nos bilhetes para o céu levado à cena num teatro...
dão nos um bolo que é a história da nossa historia sem enredo e não nos soa na memoria outra palavra para o medo
temos fantasmas tão educados que adormecemos no seu ombro, sonhos vazios despovoados de personagens do assombro
...por isso a nossa dimensão não é a vida nem a morte!»

CCF disse...

Um poema intemporal para um povo. Lindo EB.
~CC~