segunda-feira, outubro 11, 2010

Laços apertados e deslaçados

O nó, esse cimento de anos. Um grito e os amigos acordam, mesmo distantes. Um olhar e somos os miúdos de antigamente, os adolescentes que já fomos, os adultos nas veredas iniciais, as primeiras crianças que nasceram de nós. Estamos ainda aqui.


Outros chegados ainda há pouco, e no entanto um lume já capaz de aquecer, fulgor de palavras trocadas, lágrimas pelo mundo. A fotografia do nó ali a olhar-me (obrigado J.)


Outros chegaram ainda há pouco e já parecem ter partido. Eram fumo, vento, simulacro. Não devia trazer nenhuma dor, e no entanto dói. Porque vieram, porque se foram, talvez nunca venha a saber.

Talvez estejam outros para chegar, talvez possam ficar.
~CC~

4 comentários:

Leonor disse...

Podem ter sido "fumo, vento, simulacro", mas, se doeu, se dói, é porque para nós foram realidade. A realidade em que, se calhar, precisámos de acreditar nesses momentos. Talvez até os esqueçamos, ou talvez a mágoa cesse, mas foram um encontro de almas nestes caminhos precários que trilhamos. Certamente estarão outros para chegar. Talvez fiquem, sim.

CCF disse...

Bem vinda Leonor, obrigada pelas palavras suas palavras tão certas.
~CC~

deep disse...

Alguns ficam, quero acreditar. Dói sempre sentirmo-nos "descartáveis" e percebermos como para algumas pessoas esses laços que se fazem não têm qualquer valor.
Por muito que os nós se façam e se desfaçam, não consigo habituar-me.

Um abraço deste mar de xisto. :)

CCF disse...

É isso Deep, não consigo habituar-me! Abraço para esse belo mar.
~CC~