Eu era um peixe azul de olhos verdes, um peixe pequenino preso dentro de um aquário. Nada sabia do mar e, no entanto, tinha uma memória vaga de um lugar maior onde não estava só, um lugar de liberdade. Pouco a pouco a água do aquário ia secando e ninguém acrescentava mais, a minha vida desenhava-se entre a vertigem da morte por asfixia e a esperança de que chovesse. Nos dias piores eu queria morrer imediatamente, saltar do aquário num voo em direcção à carpete da sala, ou cair no meio do vaso das begónias. Nos dias melhores imaginava que alguém olhava para mim e me via como eu sou, enfiava-me num frasco de vidro, levava-me até um pequeno riacho e deixava-me escorregar do frasco, devagarinho. E tontos de luz, os meus olhos verdes ririam pela primeira vez no meu rosto novo, rosto de peixe rio, rosto em busca do mar.
~CC~
4 comentários:
Mesmo de vidro os aquários
são prisões obscuras
Como eu a compreendo
no seu belo texto
a escrever em liberdade
Bj
Mesmo de vidro os aquários
são prisões obscuras
Como eu a compreendo
no seu belo texto
a escrever em liberdade
Bj
Detesto me sentir presa.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja uma boa semana para você.
Beijo grande.
Saudações Educacionais !
Espero que o peixe consiga libertar-se do aquário, rumo ao imenso mar... esse onde o céu se espelha. :)
Abraço.
Enviar um comentário