Vi muita gente presa de admiração por algumas figuras públicas, por vezes há mesmo algumas que se coadunam com o pó de um determinado tempo e ficam ali a brilhar como estrelas em plena ascensão. Tive amigas fascinadas pelo Miguel Sousa Tavares, pelo Miguel Esteves Cardoso ou mesmo pelo Miguel Portas. Mas não só os Migueis prendiam as atenções, também havia quem admirasse profundamente os académicos que tinham cruzado as suas vidas e assumido uma função de quase mestres. Tenho pena, nunca admirei ninguém assim, e muito menos tive mestres. Às vezes acho que é arrogância minha, se fosse mais humilde nutria essa espécie de devoção por alguém. Teria aceite vários convites para assumir essa relação de devoção-protecção que muitas pessoas levam pela vida fora e que as amortece de muitos embates, mas rejeitei sempre, e apanhei ventos agrestes sozinha.
Abro contudo a excepção para Nelson Mandela, hoje recordado na praça pública por fazer 20 anos que saiu da prisão. Partilho com e na praça pública o fascínio por um homem que é capaz de perdoar aos seus carrascos, de se erguer e de erguer um povo. Nunca vi olhar doce mais repleto de força.
~CC~
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