No sábado vi umas tímidas e incertas papoilas, dobradas pelo vento e de um vermelho pálido, não pareciam poder vingar muito tempo. Mas fiquei feliz com elas, feliz por as ver, como se atrás delas pudessem vir mais e mais e tornar rubros os campos. Depois chegou um azul hesitante, pautado ainda por muitas núvens ora brancas ora negras, mas ainda assim a deixar passar a melhor luz que há. E essa nesga de possível Primavera trouxe com ela saudades dos meus namoros adolescentes, feitos ao ar livre, em tudo quanto era um pequenino espaço verde cujas árvores fossem capazes de esconder meia dúzia de beijos. Será impressão minha ou o número de namorados nos jardins diminuiu muito? Terão passado a beijar-se via MSN e afins?
Lembro-me do medo que sentia quando iamos namorar para os Montes Claros, apesar de nem sonhar o quanto Monsanto era um lugar perigoso. O medo que ia a par com o arrepio da pele e a maravilha dos milhares de trevos debaixo dos nossos corpos. E entre dois beijos e umas conversas tontas ainda se saboreava uma azeda apanhada ali mesmo.
~CC~
1 comentário:
Ai, fizeste-me lembrar as azedas mastigadas quando vinha da escola,amargas e frescas, e o ramalhete rubro das papoulas embora sejam tulipas, lembrei-me das papoulas e do cesário que ia a pé da baixa a linda-velha. bjo
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