Perdi-me duas vezes hoje na cidade onde moro, perdi duas vezes o caminho de casa. Não sei se fiquei tempo demais longe daqui ou se sou mesmo assim, se perder-me é a minha natureza.
Não sei se afinal já moro numa outra casa. Não sei se o que mais gosto na palavra morar é afinal poder ir e vir, como se a errância fosse afinal o meu lugar. Ou talvez procure saber se ficar é afinal o lugar, talvez precise saber. Ainda são verdadeiras as palavras que te disse numa noite quente: desde que perdi abruptamente a casa da minha infância, nunca mais morei em nenhuma, ou nunca mais fui de nenhuma. Ainda quero ter uma.
~CC~
6 comentários:
Há um aforismo, acho que utilizado pelo Eric Rhomer num dos seus filmes, que diz mais ou menos assim: quem tem duas casa perde a alma, quem tem dois amores perde o coração... :)
Dá que pensar :)
~CC~
Ah , ah , meninas então , o que é que se passa ?
Abraços
_______ JRMARTO
o genius loci de cada um de nós, sempre difícil de encontrar. na maior parte das vezes, só nos falta reconhecê-lo.
Moras aqui algures entre as aurículas... Eu moro onde mais me demoro e contemplo o mundo.
Habita(s)-me.
Beijo
JRMarto, então?! O que é isso de faltar a sardinhadas? Abraços.
Cláudia, está tudo nos teus poemas, ou quase :)
JJS, morar como tu dizes sei como é. E gosto. Mas uma casa é ainda assim uma outra coisa, é um lugar, aquele lugar em que desejamos morrer um dia.
~CC~
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