Em Agosto, em 1972 em Luanda, parte dos nossos dias eram gastos a olhar peça a peça o enxoval maravilhoso que tinhas ganho. Nunca nenhum de nós tinha tido aquelas roupas tão alvas e rendadas, coisas de uma pequena princesa. Diziam-me muitas vezes que por tu nasceres eu deixaria de ser alvo de atenção: deixas de ser a pequenina. Não sentia nenhum ciúme, e por isso aquelas palavras eram estranhas ao meu coração, sempre foram. No meio da tempestade, da penúria, da desagregação, tu eras a pequena princesa que chegava, uma pequena luz. E é assim, que mesmo no escuro dos dias, te deves sempre sentir, tal e qual como chegaste aos nossos corações.
~CC~
1 comentário:
Gostava de um dia, em poucas palavras, a que chamaria breves talvez, dizer tanta coisa como tu consegues dizer.
Poucas crianças têm o coração tão grande que lhes permita não ter ciumes dos irmãos que chegam. No entanto, quem te conhece sabe que dizes a mais pura das verdades...
Um beijo para a menina das breves mas sábias palavras.
João
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