Há certos naufrágios que o Verão nos traz à memória, lembro os teus olhos como navios perdidos, como bandeiras de aceno cujo código não sabia interpretar, como um adeus que eu ainda não sabia ser para sempre. Nunca compreendi os teus olhos nem as tuas palavras, e não tenho a fotografia deles, por isso pinto-os feitos um céu de fim de tarde de Junho, um céu limpo cruzado pelo voo das andorinhas. E arrumo esses teus olhos belos na gaveta dos amores perdidos.
~CC~
Sem comentários:
Enviar um comentário