terça-feira, abril 01, 2008

Os outros (I)

Ele caminhava como se fosse um navio, embora os óculos escuros enormes e ligeiramente descaídos o aproximassem do rapaz do bar. Se as idades se adivinham mas não se sabem, os passos vigorosos dizem-nos abaixo dos 30. Numa das mãos o essencial: um saco transparente com dois nabos dentro, ainda sujos de terra, como saídos da horta do Campo Pequeno. Dois nabos acompanhando o ritmo dos seus passos em plena Lisboa de sol.
~CC~

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