quinta-feira, janeiro 10, 2008

A saúde da Ota em Alcochete

Meus senhores excelentes, excelentissímos...é preciso que analisem com cuidado a vossa audição, vulgar capacidade de escuta. O povo anda nas ruas a bramir cartazes e a transpirar desespero para as rádio-televisões-blogues é porque lhes estão a fechar os lugares da saúde de todos os dias, aquela que se faz de saber que crianças e os velhos vão melhorar ao fim de três-quatro dias se tomados os cuidados necessários e feita a medicação simples. O povo não anda nas ruas de canto a canto do país por causa da novela Ota-Alcochete, arrastada até à exaustão por interesses vários, esgrimidos como se a ciência fosse acima de qualquer suspeita e até superior a Deus.

Concentrem-se na escuta, é preciso escutar não apenas as vozes dos empresários e dos burocratas, mas as vozes que se ouvem na rua, nos autocarros, nas praças. Essas vozes, senhores excelentíssimos, o que interrogam é porque é que as crianças passaram a nascer a mais de 100 Km de distância. É que senhores, os estádios de futebol ficaram tão perto, assim plantados pelo país todo, como se fossem efectivamente necessários... e assim torna-se difícil compreender.


Senhores, o povo não está a entender porque é que eles fazem perguntas sobre o emprego e sobre a saúde, problemas que são simples, quotidianos e de todos e suas excelências mostram maior preocupação com o BCP e com o novo areoporto. Se é que preocupação é a palavra que se pode usar para tanto ruído, muitas vezes imperceptível.


Senhores, escutar é um exercício simples, trata-se de sair à rua e colocar o coração perto dos ouvidos.
~CC~

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