quarta-feira, dezembro 05, 2007

A zanga

A zanga é em mim uma dor interior, contida como os mares que vivem entalados entre a terra. Mas hoje o mar era vermelho e queria romper como se fosse um oceano e nas suas ondas levasse a tempestade. Não sei se assim é melhor, dizem que o coração se torna sereno e aguenta mais longamente o estado do mundo se nos soubermos zangar. Não sei se ainda vou a tempo de começar.

Como tinha muita gente em casa sempre fui mais de chorar baixinho, vaguear pelas ruas, fazer desenhos com letras. São assim as irmãs do meio, vão-se embora quando o negro chega em vez de cerrarem os dentes e fazerem cara feia. Sei como é ir embora, mas agora às vezes não me apetece, já deixei para trás demasiadas terras.
~CC~

4 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

E onde queres tu ir? Zanga-te, pois! Entende a zanga como depuração. Alivia.
Bjs

Gregório Salvaterra disse...

Podemos ir para... a primavera, por exemplo. Não é o mesmo que ir embora. E acho que tens razão. Aprender a zangarmo-nos não é coisa fácil. Também não devo ter aprendido o suficiente.
Beijo
*jj*

Anónimo disse...

sou também irmão do meio e nunca soube zangar-me. o máximo que conigo é fazer expressão irada de pantomineiro. aprendi no entanto a fazer disso uma qualidade.


não te zangues. nem com os outros, nem contigo.

Bj

CCF disse...

Afinal, em que ficamos ?! Estou a brincar, gosto mesmo é da diversidade dos vossos conselhos!
Beijos três
~CC~