O silêncio é grande, penso que só eu acordei a lembrar-me, talvez pelo compromisso que tenho com a escola das quartas. Ou talvez hoje precise de lavar os olhos com utopia em vez de água.
Secção I- Declaração dos Direitos da Virgínia- 12 de Junho de 1776
"Todos os homens são por natureza igualmente livres e independentes e têm certos direitos inatos de que, quando entram no estado da sociedade não podem, por nenhuma forma, privar ou despojar a sua posterioridade, nomeadamente ao gozo da vida e da liberdade(...)."
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão- 26 de Agosto de 1789
Artigo 1º- "Os homens nascem e são livres e iguais em direitos (...)"
Declaração Universal dos Direitos do Homem- 10 de Dezembro de 1948
Artigo 1º- "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos."
(Vamos fazer um jogo, deixem-se estar em pé aqui junto de mim. Eu vou dar-vos opções e consoante a que escolherem, digo-vos se vos devem dirigir para a direita ou para a esquerda. Preferem mar ou campo, Inverno ou Verão, carne ou peixe....são coisas simples, de todos os dias. Escolhem facilmente, às vezes querem ficar no meio, é a indecisão, nem sempre a opção é clara...mas podem escolher, digo muitas vezes sublinhado, a carregado e em maiscúlas, VOCÊS PODEM ESCOLHER).
Fim de tarde na escola das quartas, hoje que é Segunda. Os cartazes enchem a sala de convívio, as bancas das ONG´s, os slides a pensar, a música, os pedaços dos filmes, uma actriz famosa e muito bonita que parece pouco credível nas cenas de violência doméstica, mas se calhar não passa de preconceito meu. Pergunto-me se sentem, se sabem. Pergunto-me. Oiço as palavras escritas do JMP na interrogação aos seus próprios filhos: "os direitos humanos são pouco mais que boas intenções para uma vida melhor, uma que há-de vir um dia" (JMP, revista Noesis, Out/Dez. 2000), é esta a resposta dos jovens. Os direitos humanos, como um quadro que se compra e fica bem em qualquer parede. E outra vez a sua voz tranquila com a qual me cruzei um dia " a terceira coisa fundamental que o Manel e a Rita não sabem sobre os direitos humanos é que, ao contrário do que lhes temos ensinado, eles são um impulso desordeiro" (JMP, revista Noesis, Out/Dez. 2000).
Eles são...como a a poesia, utopia sempre a correr no sangue.
~CC~
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