Tinha já o rosto de velho quando saltei das palavras dos seus livros para a observação das suas rugas. Com José Gomes Ferreira aprendi que as cidades podem caber nos poemas feitas eléctricos amarelos a subir colinas e os passeios das ruas de Lisboa podem ser adornados por musas de olhos negros e cabelos despenteados. Cruzava-me no metro com ele e espiava-o silenciosamente na festa do Avante no tempo que que conseguia lá ir e ele passava lá todo o tempo em que ela durava. A homenagem que lhe fiz na crónica deste mês é pequena perante o valor da sua obra, mas o João sem medo ficou até hoje a morar na minha casa.
~CC~
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