Nunca usei relógio, mas aprendi a viver no espartilho das horas. Nunca fui dona do meu tempo, fui escrava dele. Gastei-o intensamente a estudar e a trabalhar, a maior parte das vezes sem fazer perguntas, assim se evita a dor.
Há uns meses aprendi o que era respirar, olhar os dias como espaços em branco que podia pintar, encher. Nunca fui tão livre, tão feliz. Não devia acabar tão cedo, temo que uma vez feita esta aprendizagem da liberdade, não saiba já conformar-me a ver o relógio dos outros, não saiba já viver sob domínio.
~CC~
1 comentário:
Talvez importe usufruir, plenamente, da liberdade que o tempo, mais ou menos tirano, permite. Como sempre na vida, o excesso redunda em saciação, aborrecimento... O mesmo aconteceria com a total ausência de horários. Talvez os relógios sirvam, também, para saborear os momentos "sem horas"...
Bom fim-de-semana.
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