segunda-feira, dezembro 27, 2010
Um a sumir-se, outro a aparecer
quinta-feira, dezembro 23, 2010
Cheiro a canela
terça-feira, dezembro 21, 2010
quinta-feira, dezembro 16, 2010
Baloiço, balanço...
em que morreu uma parte de mim
que ainda desconhecia
um pai acabado de chegar
Foi este em que por quase nada
te perdi no sufoco
de seres gato e eu lebre e eu cabra
no Agosto mais quente da memória
Este foi o ano
em que o quase foi sempre
a palavra ao pé da boca
trava-línguas amargo-doce
Quase arranjei um amigo
suave e sensível
uma noite de Verão que prometia estrelas
mas se escondia delas se fossem cadentes
Quase acabei uma tese
mas mastiguei-a demais
e está enroscada entre o coração pardo
e a garganta rouca
Este foi o ano
do seu crescimento maior
a minha roupa deixou de servir
e a dela é sempre pouca
Soube também dessa fatalidade
O mundo está em crise
e ela é bem maior que a minha
cujas sombras sucumbem na Primavera
Foi este em que quase fui feliz
mas nisso foi igual a tantos outros
um quase brilho sempre a fugir
e eu em mergulho atrás dele
E é cedo ainda
nem chegámos ao Natal
e eu já de volta das passas.
Deve ser essa explicaçao do quase.
~CC~
PS. Sabias que as estrelas cadentes são também conhecidas como “lágrimas de São Lourenço”?
(ver aqui)
quarta-feira, dezembro 15, 2010
O frio a sul
segunda-feira, dezembro 13, 2010
As três vidas
Uma mulher e três vidas, só na última um sopro de amor. Marcada pelos maus olhados cunhados nos mistérios com que o mundo rural olha para a vida, o azar chega-lhe pelo nascimento. Será a única rapariga entre rapazes, e apesar de muito pequena, é forte como uma vara que o vento é incapaz de quebrar. A tudo resistirá e ainda fará fortuna.
É espantosa a forma como o Teatro Mosca conta a história dela, com elementos cenográficos simples mas eficazes, um conjunto de bocados de madeira que se articulam para fazer mesas, montes, casas, abrigos. Actores muito novos, muito bons. Uma actriz a registar, de uma segurança absoluta na contenção da dor, um rosto permeável, capaz de se deixar escrever a todas as emoções. Dizem que ganharam um prémio em França, fico a pensar como será mais difícil que o ganhem aqui.
De Sintra para Faro, da Mosca para o CAPA, fora dos roteiros onde a mundanidade se constrói em círculo. É como ir ao cineclube em vez de ir ao cinema do centro comercial. É respirar outro ar. Infelizmente são estes, os melhores, os menos conhecidos, que costuma tombar com as crises. As telenovelas essas continuam. O bairro alto também.
Mas há mais vidas, como com Lucie, um dia as pequenas coisas trinfurão, não por serem pequenas, mas por habitarem a singularidade do espectáculo fora do espectáculo.
~CC~
domingo, dezembro 12, 2010
Vitamina certa
sexta-feira, dezembro 10, 2010
Resistir, ainda crescer
Falo pelas escolas onde ando, por aquelas com quem colaboro, por quem vou tecendo a admiração que nasce de muitos buracos negros, que sobrevive do desespero, e quantas vezes do meu próprio desespero. O que é diferente agora? O que é diferente do tempo em que eu andei na escola? Diferente é apenas isto: juntamo-nos, fazemos perguntas, não aceitamos o abandono, a desistência, o insucesso. E se sabemos que a escola não pode fazer tudo, pensamos sempre que pode fazer alguma coisa.
quarta-feira, dezembro 08, 2010
A melhor fuga
terça-feira, dezembro 07, 2010
A suster as marés
domingo, dezembro 05, 2010
Livro do futuro
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Ela e Ele
Bem mais ousado do que a Nigella, o Chakal tornou uma carripana uma cozinha ambulante movida a energia solar e deixou-se de lugares televisivos imaculados. Ele aí vai por essa estrada fora à procura dos produtores locais, e do que cada região tem de melhor, não para imitar as receitas antigas mas para as transformar com o toque de quem mistura antigo e moderno em banho-maria. Uma galinha cerejada na serra do Caldeirão é galinha com figos e amêndoas e uma tarte de maçã passa a ser de medronho. Para quem tem no sangue a nostalgia dos anos 60 mas sabe que a vida já não se coaduna com uma carrinha e meia dúzia de trapos em viagem permanente pelo mundo, o Chakal resgata-nos e arrebata-nos. O rapaz é lindo e fala com cães, aliás com uma cadelinha à qual chama pulga. Tem humor que se farta. Qual Nigella....
~CC~