quinta-feira, setembro 16, 2010

Constatações

Vento do Sal. Cabo Verde. 2007


O coração é papel
rasgado, amarrotado, torcido
e ainda assim
pronto a ser alisado
ficar como novo
transformar-se em papagaio
riscar o céu

O coração é sopro de ar
fiozinho, vendaval, aragem
e ainda assim
pronto a respirar compassado
se lhe apanharem o ritmo certo
transformar-se em saxafone
arrepiar a noite

o coração não morre
só quando já morto.


~CC~

2 comentários:

R. disse...

E mesmo assim, ainda há vezes que se perpetua noutras corações.

Ana disse...

Lindo o seu poema... muito profundo
como todas as suas publicações.
Bem-Haja pelas palavras que vai partilhando connosco.
Ana