Ela corria todas os finais de tarde para afugentar os seus fantasmas, achava que se andasse suficientemente depressa eles ficariam parados em alguma esquina, encontrando outra alma para atormentar. Quando parava no jardim, exausta, uma tontura longa tomava conta de tudo e parecia estar liberta, limpa. Na esquina seguinte lá estavam, prontos a mostrar-lhe que a memória da dor estaria sempre presente, mesmo quando a dor já não existia mais.
Depois foi descobrindo que a vitória não passava por eliminá-los mas sim por conversar com eles, por dominá-los pela convicção que queria ser feliz, nada os assustava mais do que isso. Dar-lhes luta conveniente.
~CC~
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