Os lugares que se escondem desta fúria negra dos tempos são os únicos onde ainda me sinto qualquer coisa viva, onde há momentos em que estou em paz e penso que há um futuro, um para nós (país), um para mim. No sábado o mar alentejano tinha a temperatura necessária ao banho de mudar mais um ano no calendário e apenas meia dúzia de pessoas estendidas na areia. Bendito Outono que esvazias as praias de quem menos as ama. Houve um canto baixinho dos poucos que aceitaram fazer-se à estrada, um canto doce que chegou para aquecer-me. No dia seguinte choveu muito, acordámos sem sol mas ainda quentes do dia anterior. A chuva costuma chegar um dia antes e entristecer-me, desta vez soube esperar. Gosto da média feita de muitos dias de sol cortados por um de boa chuva, daquela que molha e nos lava.
~CC~
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