quarta-feira, outubro 26, 2011

Notas soltas numa tarde de chuva

Gosto de ver as pessoas nas conferências, não apenas os conferencistas. Mas desta vez a tempestade fez-me pensar duas vezes na travessia da ponte. Havia transmissão on-line. E mesmo sem ver os rostos, nem ouvir o burburinho, mesmo sem sentir a agitação da plateia, não dei o tempo por perdido. Sentei-me em frente ao computador a ouvir Júlio Machado Vaz (ele na Fundação Calouste Gulbenkian e eu na minha sala com a chuva a bater nas janelas) e com um bloquinho de notas ao lado. Não sei se sou suficientemente fiel às frases que cá ficaram, mas são com certeza muito aproximadas, algumas delas citações dele de outros autores.



" A consciência da morte e a imaginação são os aspectos que nos distinguem ds animais"



"O duplo padrão de socialização (rapazes/raparigas) ainda se mantém relativamente às questões sexuais"



" A internet apenas potencia o lado negro que nos habita" (muito mais sobre o tema como a redefinição que introduz nos conceitos de amizade e privacidade)



" Vivemos numa sociedade saturada de sexo e paupérrima em termos eróticos"



E linda a definição de amor que trouxe do Virgilio Ferreira:


" o amor é uma longa paciência"


Ao que eu li uma casa em permanente construção ou uma vida em perpétua arrumação...e combinando com a tarde: um vento forte que nos desalinha os cabelos.


~CC~


2 comentários:

Margarida Belchior disse...

Gosto muito dessa "vida em permanente arrumação"!

Beijinhos grds

via disse...

ai o amor, plástico, tudo dele podemos dizer sem o esgotar.