quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Toques de seda e perfume

Desde o primeiro filme da Jane Campion que a sigo como uma abelha em busca do perfume de uma determinada flor, um aroma certo para a produção do mel interior. Às vezes o perfume é tão intenso que provoca tonturas e outras tão suave que nos amacia.

Nesta sua cintililação pelo amor, o desejo é um toque macio entre campos de mil flores e flocos de neve. Os beijos são passarinhos contidos, presos no seu voo, mas claramente marcados pela vontade de pele.

E o amor vence, apesar da morte. É ele que vence claramente a luta, a dura contenda entre as convenções e a liberdade. E é também a luta entre a musa virtual do poeta e a musa real de olhos doces. É a segunda que vence e é ela que enche os poemas do que lhes faltava.

Também eu acreditava nesta força do amor até o ver claramente derrotado pelas convenções, e comecei a perceber que ele perdia, que perdia muitas vezes. Ou então não era amor.
~CC~

4 comentários:

deep disse...

Os maiores inimigos do amor: as convenções e o medo (de não termos forças para tanto amor, de não sermos capazes de enfrentar os senhores da verdade,...).

Não sei se o primeiro filme de Jane Campion é O Piano, mas sei que é um dos filmes que me marcou.

Um abraço aqui do frio. :)

E. disse...

Nao vou falar da Jane Campion. Fiquemos pelo amor. E no amor não há regras, nem limites, nada de convencional ou de estruturado. O amor é... e nisso reside o fundamento da razão pela qual continuamos a acreditar. Odeio teorizar, mas o melhor amor de cada um de nós ainda está por descobrir. Evidentemente, não quer dizer que vamos a tempo, pode já ter passado, pode ter passado e não se percebeu na altura, pode estar por descobrir, podemos saber e nunca querer ver, podemos vivê-lo. nenhuma é mais belo que o outro. Nenhum é mais amor, nem menos. E vão dois posts contundentes.

CCF disse...

Deep, o primeiro filme da Jane é Sweetie, de 1989. Uma obra prima,muito original e verdadeiro, com uma protagonista inesquecível. Piano é o segundo e corresponde à sua explosão, é muito difícil de superar um 2º filme tão bom, creio que viveu perseguida por ele. :)
Bjs

E...não deixando de parte a ideia de escrever teoria sobre o assunto...:)))(tipo Alberoni), fico-me pelas histórias...duas histórias a partir do que o teu comentário me suscitou.

~CC~

sem-se-ver disse...

desc a rectificação, mas o 2º filme da campion é o magnífico (muito mais do que sweetie, que é original sim, mas um dos tais que se sente ser 1ª obra) Um anjo à minha mesa, com uma Kerry Fox (a 'mãe' de Fanny neste Bright Star) inesquecível, no papel de Janet Frame, escritora (interessante quanto campion, com este último, volta às biografias).

e pronto: depois veio o Piano e, hélas!, ela nunca mais foi a mesma :-)