domingo, maio 11, 2008

Diálogos de rua

Disse a medo, perante a incorrecção que devia ser dirigir-me a ele no guichet
-Só queria comprar um bilhete, mas estou perdida no meio de tantas máquinas, mas há uma para cada destino?
- Deixe lá que eu vendo, assim é mais personalizado!

(Sorri, respirei de alívio, pensei que me ia chamar analfabeta)

Parece aflita a mulher de passo apressado e de olhar agitado, olho-a e ela dirige-se a mim
- Diz-me as horas por favor.
- Não tenho, não sei exactamente.
E quando ia dizer-lhe a hora aproximada que imaginava ser, ela diz:
- Já ninguém diz nada a ninguém, nem as horas!


(Há muitos anos que não uso relógio, após tentativas várias de o ter, mas tive pena. E tive pena porque não obstante a sua zanga exagerada, ela tem razão, já nem as horas se perguntam).
~CC~

1 comentário:

Carla disse...

diálogos de dias que passam por nós...às vezes a pressa assusta!
beijos