quinta-feira, abril 17, 2008

Tratado dos amores perfeitos (I)

Este é o tratado das coisas inexistentes que teimam em existir, persistem em nós como a medida pessoal do sonho, são coisas tão pequenas como o grão de areia no olho ou a pedra no sapato, tão pequenas que nos impedem de ver e de caminhar.

Nos dias tristes...

Os amores perfeitos limpam as nossas lágrimas com a ponta dos dedos ou chegam mesmo a tocar a face com os seus lábios como se fossem beber todo o sal que deixámos naquela água.

Os amores perfeitos procuram entre os livros de poesia da estante o poeta que sabe inventar paraísos dentro de casas escuras e trazem aquelas palavras na boca como agasalho para o frio que nos tolhe a pele.
~CC~

3 comentários:

Gregório Salvaterra disse...

Amores perfeitos e brincos de princesa.
"Hemos perdido aun este crepúsculo.
Nadie nos vió esta tarde con las manos uidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.

He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.

A veces como una moneda se encendía un pedazo de sol entre mis manos."

Neruda. Tirado da estante.
*jj*

David (em Coimbra B) disse...

Assim cuidamos amores... bem!

CCF disse...

Pois...é "o trabalho do amor"!
~CC~