Desta vez, apenas foi uma máquina. O gravador digital. Sem redes nem com fios nem sem fios.
Fui para a Neve em Abril e encontrei montanhas brancas de flores. É tão bonita a serra despida a latejar em água e sol. Uma mão quente na minha, pronta a desfazer as dúvidas que me acompanham.
Mais vozes guardadas na caixinha dos segredos, onde os mundos se abrem quando fitamos alguém nos olhos e lhe dizemos simplesmente: conte, conte a sua história.
Se eu pudesse não fazia por ora mais nada, ia assim pelo mundo transformada em guardadora de histórias.
Às vezes não parece possível que isto seja um trabalho académico, parece mais uma tecelagem, uma pintura, uma vida outra que ando a inventar. Às vezes apaixono-me e quando me apaixono duvido que seja verdade e que seja possível fazer disto uma tese. Depois os dias atafulham-se de coisas e mais coisas e elas urgem e são todas urgentes e as vozes que contam histórias diluem-se. Tudo parece ser apenas um sonho e as vozes um sussuro, como se fosse a memória do mar a invadir os dias secos.
~CC~
4 comentários:
coincidência. acabei de comprar um gravador digital para recolher as vozes para um trabalho onde a pouco e pouco me vou apaixonando pelo real.
se não é jasmim....
parece.
mordo-me de inveja. dele.
e saúdo esta memória. de terra.
JPN, teatro a partir do real?! Conta mais...
Isabel, sim é Jasmim, sentes aí o cheiro? Sei que és capaz disso.
Abraços dois.
~CC~
claro....sou viciada nele....no jasmim....e aqui....:)
beijossssssssssssssssssss.
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