segunda-feira, dezembro 01, 2008

Calor na Igrejinha

As famílias têm datas marcadas num calendário privado, ao mesmo tempo que partilham algumas datas do calendário público. As famílias há muito deixaram de ser apenas aquelas que o sangue nos trouxe, acrescentámos tribos outras trazidas pelos trilhos que fomos marcando pelo mundo.

O mundo académico não é apenas um ninho de gente competitiva, ciosa dos seus saberes e dos lugares, não é apenas gente que gosta de se ouvir a sí própria sem pé que seja na realidade dos seres comuns. Há outra gente lá dentro, ou gente que está dentro e está fora, num saudável vai e vem. A escola de Lisboa, auto-intitulada desse modo, sem qualquer pendor centrista ou orgulho de capital (até porque só uma minoria é efectivamente de Lisboa) todos os anos se acolhe junto de uma lareira no frio alentejano da Igrejinha. Gostamos todos efectivamente de boa comida, música e dança e é o que fazemos com gosto e sem temores nem vergonhas. Aqui e ali espreitam os "doutoramentos" que fazemos e a preocupação que temos em ir até ao fim, mas as teses já estão longe de ser o nó que nos ata.

Já perdi tanta gente pelo caminho, acho que agora estou mais atenta, por mais que por vezes eu própria telefone e escreva pouco a estas pessoas. Não quero, contudo, deixar de as ver, porque sei hoje bem qual é o calor que nos serve para enfrentar o frio de todos os invernos que nos acontecem.
~CC~

1 comentário:

isabel mendes ferreira disse...

e são tantos os INVERNOS que nos invernam...


abraço.te.